Artista também faturou o segundo lugar no Edital Dança da Cidade da Fundação Rio das Ostras de Cultura
O bailarino de Rio das Ostras, Luiz Kamau, vem se tornando uma referência na arte da Dança em toda a Região. Representando o Estúdio Vibre, Luiz venceu o 17º Festival Internacional de Dança de Cabo Frio, na categoria Solo Avançado – Danças Urbanas. Além disso, o bailarino ficou em 2º lugar no Edital Dança da Cidade, promovido pela Fundação Rio das Ostras de Cultura.
No Festival, Luiz Kamau apresentou a coreografia: “A comunidade pede Paz”, interpretando a letra da música “Ismalia”, do rapper Emicida. “Esta música fala sobre o dia a dia do povo preto que sonha em ter um futuro melhor e dá de cara com o racismo estrutural. Fala, principalmente, sobre a vida de crianças e adolescentes que sonham em tocar o céu, mas terminam no chão vítimas da “bala perdida” que sempre acha um corpo preto a cada 23 minutos”, explicou o bailarino.
Para Luiz, o reconhecimento conquistado com a vitória no Festival não tem preço. “Vencer em um festival tão importante como esse é uma sensação indescritível. Tento buscar palavras, mas é difícil sair. É muito gratificante ser reconhecido por um trabalho feito com muita delicadeza e atenção aos detalhes. É uma sensação maravilhosa de que a mensagem que eu queria passar chegou ao coração das pessoas que estavam lá presentes. Não só dos jurados, mas de todo público. Isso não tem preço!”, relatou.
PROJETO VIDA EM MOVIMENTO – Esse projeto que ficou em segundo lugar no Edital Dança da Cidade consiste em um curso gratuito de Danças Urbanas, que está promovendo a inclusão, a expressão artística e a melhoria da qualidade de vida dos munícipes com deficiências físicas, sensoriais, intelectuais, entre outras. Garantindo, assim, que todos possam desfrutar do universo da dança de forma alegre e libertadora. O “Vida em Movimento” veio para fortalecer a conscientização sobre a importância da inclusão e do respeito à diversidade, contribuindo para a quebra de barreiras e preconceitos.
No Projeto, as crianças aprendem, por meio da dança, a desenvolver a coordenação motora, equilíbrio, espacialidade, a se socializar por meio do toque físico fazendo atividades em grupo e pesquisas de movimento para auxiliar no dia a dia. Também conhecem a história do Hip-Hop e dos passos de dança que artistas como Michael Jackson e James Brown faziam. Além disso, compreendem, durante as aulas, que toda pessoa com deficiência tem o direito de ser feliz fazendo o que ela quiser, pois cada uma delas pode e deve ser autora da própria história. “Isso é importantíssimo para a melhora da autoestima e a forma como esse aluno se vê no mundo”, contou Luiz.
A escolha por desenvolver o projeto na Égide Portelinha é porque é voluntário da instituição há quase um ano. “A Thaini Duarte e a Clécia Andrade são acolhedoras extraordinárias e a associação atende mais de 100 crianças carentes na comunidade Portelinha, no Âncora com diversas atividades como Kick Boxing, atendimento psicológico, assistência social, dentista, aula de ritmos e reforço escolar. Tudo isso sem patrocínio nenhum. Quando pensei nesse projeto veio logo a Égide em mente pois lá tem muitas crianças que precisam de ações como essas para que todos os seus direitos sejam garantidos. Todo dia de projeto tem um delicioso café da manhã para os alunos e os pais, em um momento maravilhoso para trocar informações, se conhecer e encher-se de energia para a aula. Com isso, concluo que projetos como esses são fundamentais para a nossa Cidade. São oferecidas alternativas para que os pais desses alunos não se sintam sozinhos, e, ao lado deles, auxiliem na busca por autonomia em todos os sentidos. Contando, sempre, com o nosso apoio incondicional. Está sendo um prazer fazer parte de algo tão importante para aquela comunidade”, concluiu Luiz Kamau.
FORMAÇÃO – Luiz Kamau é dançarino credenciado pelo Sindicato dos Profissionais da Dança do Rio de Janeiro. Segundo ele, a formação é uma eterna educação continuada. Começou as pesquisas de forma profissional na Companhia de Dança 2CMCIA (2013 – 2021), onde teve aulas de todas as modalidades das Danças Urbanas. Participou de workshops nacionais e internacionais com profissionais renomados. Dançou no Festival de Dança de Joinville e no Desfile das Campeãs no Carnaval do Rio de Janeiro em 2019. Todas essas experiências contribuíram para a sua formação como dançarino, ano após ano.
O Hip-Hop, como movimento cultural, tem a rua como forma de passar conhecimento, fugindo do contexto acadêmico. “Posso aprender vários passos de dança e suas técnicas em uma roda cultural, em uma festa, em uma tarde com os amigos, entre outras possibilidades. Foi assim que me formei, ao lado de pessoas incríveis que contribuíram para o meu crescimento. Sou formado em Educação Física também, apaixonado pela cultura corporal de movimento. É isso que me move, pois tudo está em constante movimento”, declarou.