Apesar de ter apenas 29 anos de emancipação, Rio das Ostras tem um passado de glórias iniciado em uma época que o Município era apenas uma pequena aldeia de pescadores. Para apresentar essa história de forma correta, mostrando a tradições, os valores, as crenças, os costumes, hábitos sociais e religiosos, manifestações intelectuais e artísticas e os outros aspectos que contribuem para a construção da identidade cultural da Cidade, foi criada a Fundação Rio das Ostras de Cultura, no dia 10 de outubro de 1997. Uma autarquia ligada ao Poder Executivo Municipal.
Desde então, a Fundação passou a ser responsável pelo início da construção de uma identidade cultural que correspondesse a história de Rio das Ostras. No início, unidades culturais foram identificadas e nomeadas, como a Casa de Cultura Bento Costa Jr, primeira sede da instituição; e outras criadas, como o Teatro Popular e a Biblioteca Municipal.
Nestes 24 anos de existência da Fundação, a Cultura foi alcançando o seu espaço e obtendo algumas conquistas. Rio das Ostras implantou o Centro de Formação Artística de Dança, Música e Teatro, o conhecido Prédio da Onda que mantém cursos técnicos e profissionais para a população; criou a Fundição de Artes e Ofício, descobriu o Museu de Sítio Arqueológico Sambaqui da Tarioba, único in situ do Brasil; já manteve a Casa da Música Geraldo Carneiro; restaurou o tradicional Poço de Pedras; revitalizou o Centro Ferroviário de Cultura Guilherme Nogueira, em Rocha Leão; e valorizou outras unidades culturais importantes para a população.
A Fundação também promoveu eventos culturais que ficaram marcados na história da Cidade, como a apresentação da bailarina Ana Botafogo e o espetáculo do maestro e pianista João Carlos Martins, além das encenações da Paixão de Cristo e Auto de Natal.
Outro ponto importante e fundamental para a área foi a criação do Fundo Municipal de Cultura e do Conselho de Cultura que garantem uma autonomia maior para as artes de uma forma geral. Inúmeros cursos e oficinas foram ministrados e milhares de pessoas beneficiadas.
ATUAL GESTÃO – Nos últimos anos, a Fundação democratizou os investimentos e descentralizou as ações culturais, levando arte para todas as localidades do Município. Foram lançados editais inéditos, como o que valoriza a arte urbana e o que incentiva a criação de novos escritores, incluindo aí o fato inédito do Edital exclusivo para servidores públicos. A contratação de pareceristas das mais variadas áreas garantiu a transparência necessária para garantir a isonomia na escolha de projetos que serão contemplados.
Eventos foram lançados, como o “Dia no Museu”, a colônia de férias cultural para o público infantil, as tardes animadas no Empório da Estação, o Projeto Sou da Casa que valoriza artistas locais e o Projeto Bastidores que apoiou a capacitação de moradores que desejam atuar no campo da arte, oferecendo oficinas gratuitas. A descentralização de ações foi outra marca registrada que levou Cultura para os quatro cantos do Município. Um dos exemplos são as atividades desenvolvidas em Rocha Leão com as exposições no Empório da Estação, na Praça do Trem e a restauração do Centro Ferroviário, com espaços de leitura e um museu permanente de peças da antiga Estação.
DESAFIOS DA PANDEMIA – Que a Cultura foi um dos segmentos mais afetados pela pandemia do coronavírus não é surpresa para ninguém. Mas o trabalho desenvolvido pela Fundação Rio das Ostras de Cultura deu um show de eficiência e superou o desafio de promover e fomentar ações culturais e passou a ser referência em todo o Estado do Rio de Janeiro. Pode-se dizer, inclusive, que a Cultura nunca foi tão valorizada na história do Município por conta das oportunidades oferecidas aos artistas de todos os segmentos, desde março de 2020 até os dias de hoje.
Mesmo com o isolamento social, necessário no período para o controle da pandemia do coronavírus, foram lançadas duas edições do Projeto Sou Cultura em Casa que consistiu na exibição de vídeos online, onde os artistas da Cidade receberam um cachê por cada trabalho selecionado. Ao todo, 180 vídeos foram disponibilizados nas plataformas sociais.
A orientação prestada pela equipe da Fundação aos artistas e espaços coletivos para fazer o cadastro dos editais da Lei Aldir Blanc, do Governo Federal, foi fundamental para garantir a execução dos projetos. Rio das Ostras foi uma das únicas cidades do Estado a utilizar e distribuir todo o recurso disponibilizado pela União.
Paralela a essa situação, um cadastro específico de artistas, ambulantes e feirantes específico foi criado para o Auxílio Emergencial do Município, em atendimento a todas essas categorias de trabalhadores afetados pela pandemia. Esse auxílio municipal foi de aproximadamente R$ 2 mil, divididos em três parcelas de R$500, mais uma de R$472. O número de agentes culturais cadastrados também aumentou em mais de 600%.
Diversas reuniões virtuais foram realizadas para dirimir as dúvidas com relação aos auxílios municipais e Lei Aldir Blanc
Outra ação que impulsionou as ações culturais e garantiu um acesso maior da população à Cultura foi a criação de uma Lista de transmissão da Froc para divulgar as novidades e projetos realizados.
Para garantir a manutenção das aulas do Centro de Formação Artística, foi criado a Onda OnLine que permitiu a realização de aulas dos Cursos Técnicos de forma virtual, beneficiando os alunos que não perderam contato com seus professores. Ainda usando a internet, o Projeto Sou Cultura em Casa possibilitou a realização de trabalhos feitos em casa pelos artistas durante o isolamento e ainda garantiu uma renda. A população continuou tendo acesso à arte graças a divulgação de vídeos dos artistas pelas redes sociais da própria Fundação.
A Froc ainda inovou e lançou o Cartão Sou Cultura para garantir benefícios aos moradores e empresários da Cidade. Outros produtos disponibilizados que garantiram que a Cultura não parasse foram o Projeto Livros Livres, Culturiosidades e o FrocCast, um podcast que apresenta ações, serviços e unidades culturais à população. A Cultura não parou um só momento!
A Fundação Rio das Ostras de Cultura está ou não de parabéns nesses 24 anos de existência? Mas calma, o trabalho da Fundação não para aí. Novos projetos já estão no forno farão uma nova revolução cultural na região a partir do ano que vem. O aniversário é da Fundação, mas o presente quem ganha somos todos nós.